É certo que essa guerra será vencida, com a contenção do vírus e dos seus efeitos. Quanto a isso, ninguém tem dúvida.
Infelizmente, a Covid-19 deixará incontáveis mortes e provocará deletérios e nefastos efeitos na economia, sendo também essa uma implacável certeza.
Dito isso, precisamos agora, mundialmente e em sociedade, começar a refletir e debater sobre quais legados nos serão deixados após a pandemia.
Ouve-se de estudiosos e historiadores que as grandes ondas de evolução do mundo, enquanto sociedade, estão atreladas a revoluções, guerras e epidemias (o que se dizer, então, quando diante de uma pandemia).
Significa que, com sabedoria e arte, seguramente encontraremos inúmeras lições e fontes inspiradoras de crescimento e desenvolvimento que nos serão deixadas pela Covid-19.
Há quem diga que um importante legado será a valorização das relações, principalmente familiares. Outros, lembram a vivência de valores como solidariedade e empatia. Haverá quem sinalize para o aparelhamento das instituições de saúde ou para a fixação de práticas como a recorrente assepsia das mãos. Não se olvide também as mudanças provocadas nas rotinas profissionais, tornando-as muito mais eficientes, ágeis e humanizadas. Por fim – mas com isso não pretendendo esgotar a enumeração de aspectos positivos –, lembremo-nos da série de processos evolutivos que estavam em curso e estão sendo abruptamente acelerados pela pandemia: contratos e escrituras celebrados digitalmente, videoconferências, organização de equipes e sistemáticas de trabalho, vídeo aulas, entre outras tantas.
Haverá efeitos e legados positivos que nos serão deixados. Isso, obviamente, não diminui a seriedade e a tristeza decorrentes das mortes e dos efeitos destrutivos sentidos pela economia. Mas é um alento e é nisso que precisamos, agora, nos prender. Ante as certezas imediatas e negativas decorrentes da Covid-19, temos que olhar para frente e ao longe, mirando os legados positivos que ela nos deixará.
Assim, olhando para frente e ao longe, venceremos a crise e nos manteremos de pé.
Lucas Braga Eichenberg